Indústria precisa estar atenta às tendências do mercado para alavancar crescimento
A implementação da Lei Anticorrupção Brasileira, em 2013, trouxe significativas mudanças para todas as instituições, incluindo a indústria do pescado. Para apontar a relevância deste mercado adotar as práticas ESG (do termo em inglês que dita as boas normas de Governança ambiental, social e corporativa), o escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe trouxe a pauta para a SEAFOOD SHOW LATIN AMERICA com uma série de painéis moderados por Gustavo Biagioli, diretor de compliance da banca, na manhã desta quarta (18).
“Estamos falando de uma lei muito ampla, com algumas particularidades que precisam de atenção neste setor. Não é mais necessário que haja o pagamento, somente a promessa já caracteriza um ato de corrupção. Ainda há a responsabilidade objetiva, onde a empresa pode ser responsabilizada por qualquer vantagem oferecida em seu nome, com sanções que podem ser administrativas ou judiciais”, avaliou a advogada associada Fernanda Casagrande, que abriu o primeiro painel.
“É preciso se adaptar, adotando uma gestão de risco, criando políticas e controles internos, fomentando a cultura de integridade, com treinamentos e medidas periódicas de comunicação, canais de denúncia e procedimentos de investigação. Por fim, categorizar e dividir em níveis as divergências apropriadas de parceiros com base em risco e monitorar a aplicação das medidas adotadas”, complementou.
Gustavo Biagioli também reforçou a relevância de adotar canais de denúncia para ampliar a credibilidade do negócio. “É um ponto fundamental do programa. Não existe nenhum canal com órgão público que não leve o canal. Mais do que internamente, ele precisa ser visto pelo mercado e por todas as pessoas que giram em torno da sua empresa para trazer uma informação relevante. Por isso, é importante que ele seja colocado em um local, como um site, para que possa também ser acessado externamente. Os canais de denúncia têm um mercado abundante e cada vez mais barato. Fazem todo processo de recepção e triagem, facilitando para a empresa. Gosto de falar que integridade é resiliência, é uma jornada que não tem. Só vamos nos beneficiar estando nela”, avaliou.
Já o sócio Felipe Ferenzini falou sobre o Decreto n.º 11.129, de 11 de julho de 2022, que regulamentou a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas por atos contra a administração pública. “Foi um grande reforço no papel da alta administração e é imprescindível que a liderança das empresas precisa ter essa consciência. É importante reforçar que tanto o poder privado quanto o público precisam de um ambiente menos complexo e que as duas partes colaborem com a legislação”, apontou.
Olhar das empresas
Em seguida, Alvaro Gallo Neto, também sócio da Trench Rossi Watanabe, e Roberto Kikuo Imai, presidente da Sipesp (Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo) falaram sobre como as empresas precisam estar atentas ao compliance e às demais tendências de mercado para que possam expandir ou até mesmo para possíveis fusões ou aquisições.
“As empresas têm a cultura de fazer a operação andar da mesma forma há gerações. Hoje, no agronegócio, vemos as novas gerações indo estudar e voltando ao setor. Com preparo, a empresa se torna mais atrativa para investimento. A indústria está em fase de maturação e o setor privado precisa se ajustar, lançando mão de ferramentas disponíveis e consultoria adequada”, ponderou Alvaro.
“Quando você faz um valuation (uma avaliação da empresa), passa a entender seu negócio na visão de outras pessoas. Se não pretende vender, ao menos comece a avaliar seu negócio. O peixe ainda é um mercado extremamente difuso. Teremos, em breve, a consolidação desse mercado e é preciso aproveitar essa onda”, ressaltou Roberto.
O evento teve ainda outras mesas de debate até ser finalizado com a apresentação sobre o selo ‘Mais Integridade’ do MAPA (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Ele serve como uma chancela do Ministério e é um diferencial para as empresas que adotam os programas de integridade”, disse Ana Carolina Mazzer, advogada associada do escritório e atua com foco em ética, compliance e investigações.
Serviço
Seafood Show Latin America
De 17 a 19 de outubro – das 13h às 20h
Local:Pro Magno Centro de Eventos
Av. Profa. Ida Kolb, 513 – Jardim das Laranjeiras, São Paulo
Sobre a Francal Feiras
Promotora de eventos com capital 100% nacional, a Francal Feiras é um dos principais players do mercado de feiras de negócios e contribui não só para o desenvolvimento econômico e social dos diferentes setores em que atua por meio dos 12 eventos de seu portfólio, como também movimenta efetivamente a economia dos locais onde eles são realizados.
Movida pela mesma velocidade que afeta a sociedade de consumo e o ambiente de negócios, a Francal Feiras oferece ao mercado entregas inovadoras por meio de eventos que servem como uma importante plataforma de negócios, experiências, conexão e conhecimento para toda a cadeia produtiva. Com mais de cinco décadas de atuação, é referência no Brasil e reconhecida no exterior.
Sobre a Seafood Brasil
A Seafood Brasil é uma plataforma de comunicação destinada a aumentar o consumo e gerar negócios para os atores da cadeia produtiva do pescado. Inaugurada em 2013, conta com um portal, mídias sociais, plataforma de big data, eventos com a cadeia produtiva e uma revista com cinco edições anuais.
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Marcela Lage | Myrian Vallone | Teresa Silva
2PRÓ Comunicação